PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE REGISTRADO NO MUNICÍPIO DE VALENÇA NO PERÍODO DE 2014-2022:
DESVENDANDO A REALIDADE OCULTA
Palavras-chave:
Dengue, Epidemiologia, Aedes aegypti, vigilância em saúde, Valença-BaResumo
A dengue é uma arbovirose de grande impacto epidemiológico, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, como Valença-BA, onde o clima favorece a proliferação do vetor, o mosquito Aedes aegypti. O estudo analisou fatores envolvidos na infecção, evolução clínica da doença e possíveis falhas na vigilância epidemiológica local, com base em dados do DATASUS e SINAN (2014-2022), considerando variáveis demográficas e clínicas. Os resultados indicaram que 60% dos casos ocorreram em mulheres, possivelmente devido a fatores comportamentais e maior busca por serviços de saúde. A faixa etária mais afetada foi de 20 a 39 anos (33,9%), refletindo maior exposição social e laboral. A maioria dos casos (72%) ocorreu entre pessoas pardas, possivelmente associando-se à composição demográfica local e fatores socioeconômicos. Além disso, 55,9% dos infectados tinham ensino fundamental incompleto, sugerindo menor acesso à informação sobre prevenção. Houve falhas significativas na notificação, com 96,2% dos diagnósticos inconclusivos e 96,6% sem critério de confirmação, resultando no desconhecimento do sorotipo em 99,8% dos casos. A sazonalidade foi evidente, com picos em fevereiro (21%) e março (26%), coincidindo com o período chuvoso. A análise reforça a importância de estratégias eficazes de vigilância epidemiológica e controle da dengue, incluindo melhorias na notificação dos casos para uma resposta mais rápida e precisa aos surtos.