Estratégia de promoção da saúde dos adolescentes, com foco na vacinação

Projeto de Extensão

Autores

  • Elexandra Helena Bernardes Queiroz Faculdade de Medicina Atenas - Campus Passos
  • Sâmya Silveira Nascimento Faculdade Atenas Passos
  • Stephany de Castro Medeiros Duarte Faculdade Atenas Passos
  • Yasmin de Souza Rodarte Faculdade Atenas Passos

Palavras-chave:

Promoção da Saúde Escolar, Saúde do Adolescente, Promoção da Vacinação

Resumo

Introdução:

A adolescência, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a faixa etária entre 10 e 19 anos é uma fase marcada por intensas mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. Essas transformações podem gerar estresse psicológico e aumentar a vulnerabilidade a riscos.

Dessa forma, torna-se fundamental investir em ações de prevenção primária, como educação em saúde e vacinação. Apesar da ampla oferta gratuita das vacinas como: HPV, Meningocócica ACWY, Hepatite B, Febre Amarela, Tríplice Viral e Difteria e Tétano, dentre outras para essa faixa etária, o Brasil apresenta queda nas coberturas vacinais desde 2016.

Essa redução está associada à propagação de fake news, ao movimento anti vacina, à falta de campanhas educativas e às barreiras de acesso aos serviços de saúde. Diante desse contexto emergem demandas epidemiológicas de ampliar os mecanismos de difusão das informações, surge o interesse em realizarmos este projeto de extensão, que teve por objetivos implementar estratégias para a promoção em saúde, a fim de combater a desinformação e aumentar a aceitação de vacinas entre os adolescentes; por meio da divulgação de informações sobre calendário, a importância da imunização, doenças imunopreveníveis, dentre outras; bem como promover espaços de formação para estudantes de graduação em medicina na temática, buscando o fortalecimento da integração ensino-serviço.

 

Materiais e métodos

O projeto teve como público-alvo adolescentes de 11 a 14 anos matriculados em 7 escolas da rede municipal e estadual de ensino de Passos/MG. As atividades ocorreram entre agosto e novembro de 2024, alcançando diretamente 1.641 adolescentes da faixa etária definida e 742 de outras idades, estes últimos incluídos a pedido das escolas participantes.

Para viabilizar à execução, houve articulação entre a Secretaria Municipal de Saúde e as instituições de ensino para definir cronogramas, autorizações e locais adequados para a realização das atividades. O projeto promoveu ações educativas sobre vacinação e prevenção de doenças, utilizando apresentações com linguagem acessível e recursos visuais. Os temas abordaram o funcionamento das vacinas, sua importância e as principais doenças preveníveis, pela vacinação na adolescencia. Ao final das exposições, criou-se um espaço seguro para que os adolescentes esclarecessem dúvidas sem julgamentos, incentivando o diálogo aberto e a participação ativa.

 

Resultados e discussões:

Na totalidade as 7 escolas apresentavam 1.963 adolescentes matriculados do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II, sendo o 7º ano o com maior número de alunos (28%) e o 9º, o menor (19,2%).

Das instituições, 1.643 (83,7%) estudantes participaram das ações educativas em saúde, com taxas de adesão variando de 79,9% a 85,3% entre as séries.

No entanto, apenas 451 (27,4%) retornaram com a autorização assinada e a caderneta de vacinação, com maior adesão no 6º ano (32,9%) e menor no 9º (23,3%). Esse baixo retorno reflete os desafios como desinformação, negligência e influência do movimento antivacinação, que devem ser superados pela implementação de políticas públicas e ações educativas contínuas.

 As estratégias adotadas na implementação da ação educativa em cada escola e suas características específicas também influenciaram nos resultados. Nota-se que quando elas foram executadas com emprego de ilustração (slides), em grandes grupos, fora do espaço da saúde de aula e com intervalo de uma semana antes da atividade preventiva funcionou como fator positivo nesse projeto na sensibilização dos adolescentes para participarem de ações de vacinação.

De acordo com Barbosa (2022) o processo de construção do conhecimento deve ser composto por diferentes métodos, entre eles o lúdico deve estar presente, visto que estimula a compreensão e o aprendizado.

Com isso, analisa-se que quando o assunto é abordado e explicado de maneira dinâmica, têm-se resultados satisfatórios, não só para os alunos, mas também para os profissionais da educação presentes no local, que procuram sempre orientar os jovens.

Diante da atividade de campo realizada nas escolas nota-se que o projeto tentou atuar na desconstrução dos mitos sobre a vacinação, durante as atividades educativas. Mas percebemos que a obtenção de um maior sucesso exige ações contínuas e disseminações abrangentes de informações, com emprego de estratégias educativas que realmente produzam sentido para o público.

 

Considerações finais

O projeto alcançou seu principal objetivo: implementar estratégias de promoção da saúde voltadas ao combate da desinformação e ao aumento da aceitação das vacinas entre adolescentes. Foram abordados 1.643 alunos, de ambos os sexos e diferentes faixas etárias, em sete escolas públicas. As ações educativas, que incluíram apresentações com slides, imagens ilustrativas e espaços para perguntas, mostraram-se eficazes especialmente quando realizadas fora da sala de aula e com grupos maiores.

Além disso, o projeto evidenciou a importância da educação em saúde como ferramenta eficaz contra fake news e o movimento antivacinas. No entanto, reforça-se a necessidade de que essas ações ocorram com mais frequência e em diferentes espaços sociais, como escolas, redes sociais e unidades de saúde, utilizando estratégias acessíveis e baseadas em informações confiáveis.

Por fim, as atividades proporcionaram aos acadêmicos de medicina uma rica experiência de formação, integrando teoria e prática e fortalecendo a articulação entre ensino e serviço

 

Referencias:

Adolescent health. | World Health Organization. Disponível em: <https://www.who.int/health-topics/adolescent-health/#tab=tab_1>. Acesso em 23 dez. 2024.

 

BARBOSA, Geralda Ferreira Lemes. A importância do lúdico na Educação Infantil. Sinop-MT: Instituto Saber de Ciências Integradas, 2022.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário de vacinação. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario. Acesso em: 23 dez. 2025.

 

Queda da cobertura vacinal contra o HPV representa risco de aumento de casos de cânceres evitáveis no Brasil. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/queda-da-cobertura-vacinal-contra-o-hpv-representa-risco-de-aumento-de-casos-de-canceres-evitaveis-no-brasil>. Acesso em: 23 dez. 2024.

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Biografia do Autor

Sâmya Silveira Nascimento, Faculdade Atenas Passos

Graduanda da Faculdade de Medicina Atenas - Campus Passos

Stephany de Castro Medeiros Duarte, Faculdade Atenas Passos

Graduanda da Faculdade de Medicina Atenas - Campus Passos

Yasmin de Souza Rodarte, Faculdade Atenas Passos

Graduanda da Faculdade de Medicina Atenas - Campus Passos

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Publicado

2025-06-07

Como Citar

Queiroz, E. H. B., Nascimento, S. S., Duarte, S. de C. M., & Rodarte, Y. de S. (2025). Estratégia de promoção da saúde dos adolescentes, com foco na vacinação: Projeto de Extensão. Revista Dos Seminários De Iniciação Cientifica, 7(3). Recuperado de https://revistas.atenas.edu.br/resic/article/view/637