ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA EM PACIENTES COM EPILEPSIA APÓS CALOSOTOMIA DO CORPO CALOSO
Palavras-chave:
Calosotomia do corpo caoloso. Cirurgia da epilepsia. Epilepsia. Fatores de prognóstico. Seguimento.Resumo
Introdução: A epilepsia clinicamente intratável é uma condição debilitante que pode ser difícil de gerir. Estudos demonstraram que a calosotomia do corpo caloso (CC) seria suficiente para melhorar as crises generalizadas através do alívio da gravidade das crises e não para as erradicar. O objetivo deste estudo é analisar o resultado a longo prazo das calosotomias no que diz respeito aos tipos e frequências das crises, aos fármacos antiepilépticos utilizados (AEDs) e aos fatores que influenciam o resultado e as complicações das crises. Métodos: Foram analisados todos os doentes submetidos a CC na nossa instituição entre 2003 e 2013 e que foram seguidos durante pelo menos um ano após a cirurgia. Foram analisados os dados relativos aos tipos e frequências de crises, resultados de exames, incapacidades associadas, tipo e número de DAE utilizadas. Resultados: Quarenta doentes foram submetidos a CC por epilepsia clinicamente intratável (21 homens; 52,5%) com uma média de idades de 13,8 anos. A maioria dos doentes tinha mais do que um tipo de crises. A mediana do número de AEDs tomadas no pré-cirúrgico foi de 3,05 e de 1,92 após um ano de seguimento. Foram analisados factores clínicos e sociodemográficos correlacionados com a classe de doentes com Engel, tais como o sexo, a lateralidade, a idade, a presença de défice neurológico e disfunção cognitiva, anomalias na Ressonância Magnética (RM) e no vídeo-eletroencefalograma (VEEG), idade de início das crises, duração da epilepsia e tipo e número de AEDs utilizados. A disfunção cognitiva, as alterações no VEEG e as anomalias na RMN tiveram significado estatístico. Verificou-se uma redução da frequência de crises por mês, sem grandes complicações pós-cirúrgicas neste grupo de doentes. Conclusões: O presente estudo observou que a CC reduziu eficazmente a frequência de crises com um baixo risco pós-cirúrgico e melhorou a frequência de crises, especialmente em doentes mais jovens e naqueles com menor duração da doença.
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