LAPAROTOMIA EXPLORADORA EM PACIENTE PORTADOR DE HEMOFILIA B E AUTISMO GRAVE - TÉCNICA ANESTÉSICA E CONTROLE ÁLGICO PÓS-OPERATÓRIO
Palavras-chave:
Hemofilia B. Abordagem cirúrgica. Abordagem anestésica. Controle álgico.Resumo
: A hemofilia B é uma doença hereditária decorrente de um defeito no gene F9, o que causa produção insuficiente do fator IX de coagulação sanguínea. A hemofilia pode ser classificada como A, B ou C, sendo o tipo B o segundo mais comum (em primeiro lugar está a hemofilia A). A taxa global de hemofilia é de 1 caso para 125 mil indivíduos, no caso da hemofilia B, a taxa é de 3,8 para 100 mil homens vivos e 5 para 100 mil homens ao nascer. Objetivo: relatar um caso de pacientes com hemofilia B e autismo severo submetido a laparotomia exploradora, destacando a técnica anestésica e o controle álgico pós-operatório. Os dados foram obtidos com base no prontuário eletrônico disponibilizado pela instituição, apresentados para o melhor conhecimento e compreensão do caso, além de comparados coma a literatura para melhor compreender semelhanças e discrepâncias com outros casos. Não foram apresentados quaisquer dados que pudessem conduzir à identificação do paciente. Relato de caso: Paciente J.H.G.S., 9 anos e 2 meses, 28kg, ASA III devido hemofilia B grave, TEA (Transtorno do Espectro Autista) grave, 3 acidentes vasculares encefálicos hemorrágicos prévios, sendo o último há 6 anos. Diagnosticado ainda nos primeiros anos de vida, evoluiu com abdome agudo obstrutivo após hematoma periduodenal decorrente de laparotomia exploradora há 47 dias devido hemoperitônio, com nova proposta cirúrgica de uma relaparotomia exploradora. Submetido a anestesia geral balanceada e multimodal, e realizado ESP block (erector spinae plane block) ao final para controle álgico. O procedimento ocorreu sem intercorrências e no acompanhamento o paciente não apresentou sangramentos inesperados ou hemorragia, bem como não houve relato de dor severa ou incontrolável de acordo com os pais e cuidadores do paciente. Conclusão: No caso apresentado neste estudo, a anestesia selecionada para o procedimento cirúrgico foi a anestesia geral, considerada pela literatura a abordagem mais utilizada no atendimento cirúrgico de pacientes com hemofilia. O ESP block foi aplicado para reduzir outros medicamentos, já que a literatura informa que muitos medicamentos para a dor elevam os riscos de sangramentos entre esses pacientes e precisam ser evitados. Nessa seara, a conduta adotada no presente caso segue as diretrizes rotineiramente aplicadas para a realização de procedimentos cirúrgicos entre esses pacientes e demonstra a necessidade de envolvimento de uma equipe multidisciplinar, bem preparada e que conheça todas as especificidades do paciente antes da tomada de decisões.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Atenas Higeia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.